26 de nov. de 2008

Meu niver, NO GARAGEM HERMÉTICA

Meu niver vai ser comemorado no Garagem Hermética, aih ó, nesse dia, com eses sons...\o/

Vou ficar felizona se meus adorados amigos me acompanharem na copa e na pista, e pq não, na volta pra casa ao raiar do sol...hehehe

Espero todos lá!! Vai ser ótimo festejar com vcs!

^^

18 de nov. de 2008

Opeth no Brasil em abril



De acordo com a página do Whiplash e do site oficial da banda Opeth , teremos o grande prazer de apreciá-los ao vivo no dia 04 de abril, em São Paulo.

Opeth é uma banda de death metal e metal progressivo originária da Suécia, formada em 1990. Os trabalhos da banda se caracterizam pelo contraste que surge entre os elementos mais leves de violão, canto e jazz, combinados à agressividade do death metal. Além das peculiaridades que tornam a sonoridade da banda algo singular, os temas por ela abordados se focam em aspectos sombrios da subjetividade humana, tais como angústia, medo, remorso e outras formas de sofrimento presentes em gêneros musicais mais sentimentalistas e melancólicos como o doom metal e outras ramificações da música gótica, fato que gera controvérsia sobre a real natureza da banda. Suas canções são fortemente marcadas por elementos oníricos que, somados à uma atmosfera inebriante e envolvente, transmitem a nebulosa sensação de devaneio. Seu vocalista e principal guitarrista é Mikael Åkerfeldt, que alterna constantemente entre o vocal gutural e o vocal limpo.

O nome Opeth é uma referência ao livro "Sunbird", de Wilbur Smith. A banda vêm fazendo parcerias recentemente com o aclamado artista Steven Wilson, inclusive na produção e execução de seus últimos álbums.


Site oficial do Opeth (agenda 2009) http://www.opeth.com/index.php/news/show/id/97

3 de nov. de 2008

A voz feminina da Máfia Japonesa. ò.ó

Filha de um chefão da máfia japonesa, Shoko Tendo foi a primeira mulher a quebrar o código de silêncio da organização. Autora de um best-seller sobre sua degradante experiência no submundo do crime, ela fala sobre os amantes violentos e a dependência de sexo e drogas.

Shoko Tendo passeia de táxi pelas ruas de Tóquio e exibe o braço tatuado: marcas na pele de uma vida dentro da máfia

O Café Paris, em Tóquio, está lotado de jovens elegantes. Shoko Tendo fuma calmamente um cigarro mentolado. Ela sabe que poderia estragar o clima apenas arregaçando as mangas. Quase todos os centímetros do seu corpo estão cobertos pelas tatuagens que são marca registrada de uma facção criminosa japonesa, a Yakuza. Mas ela toma cuidado para não revelar de onde vem. Apesar do calor sufocante, usa uma camisa lilás de mangas compridas. Por dentro, veste um tipo diferente de rebeldia. Deixou para trás a vida no crime e tornou-se uma celebridade no Japão -a primeira mulher a romper o código de silêncio da máfia local.

Eu esperava que ela, aos 39 anos, intimidasse ou fosse agressiva. Mas Shoko Tendo se expressa com muita tranqüilidade. Seu livro de memórias, o best-seller "Yakuza Moon: Memoirs of a Gangster's Daughter" ("Lua da Yakuza: Memórias de uma Filha de Gângster"), ainda sem previsão de lançamento no Brasil, chocou o Japão quando foi lançado, em 2004: relato frio da dependência a sexo, drogas e amantes violentos, e a trajetória como filha de um dos chefões da Yakuza, o poderoso Hiroyasu.

"Vi um homem sangrando na porta: ele tinha cortado um dedo da mão para dar de presente a meu pai"

Pergunto como continua viva depois de escrever o livro; no mundo da máfia, qualquer traição é sentença de morte. E a Yakuza é um bando especialmente machista, conhecido por rituais como cortar os próprios dedos para se desculpar por erros. "Estava nervosa com as conseqüências", diz. "Mas acho que escapei porque não incriminei ninguém." Ela recebe telefonemas ameaçadores, mas afirma que não se arrepende. "Precisava fazer isso para descobrir qual o meu lugar no mundo", diz. Ela explica que as mulheres da Yakuza, embora raramente se envolvam em atividades criminosas, são difamadas por associação. "No Japão, é impossível esconder seu passado ou de onde vem. Percebi que a única maneira de mudar minha vida seria sendo honesta sobre o que vivi."

Shoko Tendo nas ruas de Tóquio

Noto que ela usa um relógio Hermès incrustado de brilhantes, mas carrega uma grande e surrada bolsa de lona a tiracolo, uma mistura que, afinal, revela seu tipo. O cabelo é bem cortado e a maquiagem, aplicada com cuidado. Mas tudo fica escondido debaixo de um boné de beisebol. "Não quero mais o mundo da Yakuza, só não estou pronta para entrar na sociedade. Ainda acho difícil confiar nas pessoas."

A Yakuza, que já existia desde o século 17, ganhou força durante a ocupação americana no Japão do pós-guerra e é hoje uma das maiores organizações criminosas do mundo, com um quadro de "sócios" que beira os 100 mil (leia quadro). "Odeio a Yakuza. Vi tudo de ruim que eles fazem. Mas amava meu pai, quaisquer que fossem seus crimes. Ele me criou e eu tenho seu sangue, o da Yakuza", diz. O contato com a realidade veio cedo, aos seis anos. Um dia, a pequena Tendo abriu a porta de casa e viu ali um bandido sangrando e esperando para falar com o pai. Ele segurava uma caixa que continha um "presente": um dedo da própria mão, que acabara de cortar. "O homem era um subalterno de meu pai que tinha feito uma coisa errada", explica. "Meu pai começou a bater nele. Não pude acreditar que ele ainda estivesse bravo com o homem, apesar de ele ter cortado o próprio dedo para pedir desculpas." Ela se escondeu atrás da mãe, mas já tinha visto o suficiente.


Ao crescer, a palavra "Yakuza" nunca era pronunciada na casa palaciana em que morava com os pais, o irmão e duas irmãs na cidade de Sakai, em Osaka. O conforto era correspondente ao cargo do pai na organização: a casa tinha cinco quartos e era protegida por portões de ferro e um fosso. Tinha piscina e uma garagem "que parecia um showroom" com a coleção de carros de seu pai. Nos fins de semana, a família jantava no restaurante favorito. "Essas ocasiões me faziam sentir que éramos normais mesmo que minha mãe usasse jóias caras e a carteira de crocodilo de meu pai fosse inchada como se tivesse acabado de engolir uma presa grande."

Mas outros eventos lembravam que sua vida não era normal. "Os vizinhos não deixavam os filhos brincarem comigo. Eu não tinha amigos e era desprezada na escola." Havia, ainda, o temperamento explosivo do pai, especialmente quando bebia. "Trocávamos televisores todo mês porque ele quebrava todos." O pai também tinha várias amantes -garçonetes que iam com ele para casa depois de uma noite de bebida farta. Ela ficava furiosa ao ver a mãe, uma defensora da etiqueta japonesa, servir bebidas para as mulheres do marido.

"No Japão, é impossível esconder seu passado. eu tenho o sangue da yakuza em mim"

Satomi, a mãe que ela adorava, morreu em 1991, aos 59 anos. Como as esposas e mães da Yakuza, Satomi estava sempre arrumada e fazia trabalhos de escritório para a empresa do marido -único papel permitido a uma mulher. "As mulheres da Yakuza devem agir como um cartão de visitas para os homens. E minha mãe era típica." Mas a mãe não fazia idéia de que Hiroyasu pertencia ao mundo do crime quando se casou: pensava que fosse um empresário. "Quando, depois de casada, percebeu quem era ele, deve ter ficado furiosa, mas viu que não era aconselhável criar problemas." Regularmente, as mulheres da organização se reuniam para um chá e compartilhavam reclamações. "Diziam que odiavam o modo como os maridos baixavam as calças na frente dos parceiros de negócios para mostrar o pênis tatuado ou como discutiam displicentemente sobre a dificuldade para tirar resíduos de pólvora de suas camisas."

Detalhe da tatuagem de Tendo que ocupa seu corpo inteiro

Aos 16 anos, cansada de ser rejeitada na escola, Shoko largou tudo para se unir a uma gangue. "O que tinha a perder? A sociedade não me aceitava mesmo." Mas, logo depois, as empresas de imóveis e construção do pai faliram. Os credores do mundo do crime se apossaram da casa e atiraram a família na rua. Sem a proteção paterna, ela foi vítima de uma série de bandidos da Yakuza, atraídos por seu corpo jovem. Um dos credores do pai, Maejima, a apresentou às anfetaminas e fez chantagem para que ela se tornasse sua amante. "Ele deixou claro que prejudicaria meu pai se eu não dormisse com ele", diz. Ficou viciada em drogas e passou os três anos seguintes escondida em motéis sujos, com luminosos de néon, cujos quartos são alugados por hora, esperando que Maejima trouxesse as doses.

Começou, então, a se relacionar com outros homens da Yakuza. "Quando não estava fazendo sexo ou consumindo drogas, eu os ouvia se gabar sobre quem tinham machucado naquele dia", conta. E, claro, também eram violentos com ela. "Diziam que eu os estava traindo e me espancavam." Depois de uma dessas surras, seu rosto ficou tão machucado que precisou de cirurgia plástica para apagar as cicatrizes e reconstruir o nariz.


Aos 20 anos, decidiu fazer uma irezumi, a tatuagem de corpo inteiro característica dos que pertencem ao mundo do crime japonês. "Foi depois de uma surra especialmente ruim que entendi que tinha de fazer alguma coisa drástica. Abandonei as drogas, decidi nunca mais sair com homens da Yakuza e entrei no ateliê de tatuagem: para seguir em frente, tinha de reconhecer meu DNA", explica. Na tradição da máfia, as tatuagens simbolizam a afiliação de um clã e, como levam mais de cem horas para ficar prontas, a capacidade de suportar a dor. "Vi na tatuagem uma maneira de mostrar o dedo para os homens da Yakuza e assumir o controle."

"Os vizinhos não deixavam seus filhos brincarem comigo e, para piorar, na escola eu era rejeitada"

Algum tempo depois, fomos à casa de sua irmã para continuar a conversa. Ela tira a camiseta e revela a tatuagem, que vai desde o pescoço até os calcanhares e inclui os seios e as nádegas. Shoko Tendo é tranqüila e discreta. São poucos que topam com ela pelas ruas agitadas de Sugamo, um subúrbio ao norte de Tóquio, que percebem estar tão perto de uma mulher que já pertenceu à Yakuza.

Está garoando quando caminhamos pelas ruas de Sugamo até o cemitério onde Shoko prestará a homenagem mensal aos pais. Ela acende alguns incensos e reza no santuário budista do cemitério. O pai, Hiroyasu, morreu em 1997 sem nunca ter se recuperado da falência. Morreu pobre e desiludido. Pergunto o que ela disse em suas orações. "Agradeci por me trazerem ao mundo e por me fazerem quem sou. A meu pai, por me fazer corajosa, e a minha mãe, por me fazer acreditar em mim mesma."

"Comecei a usar drogas e a transar com qualquer homem que aparecesse"

Hoje Shoko também é mãe - Komachi, dois anos, é o resultado de um caso que teve com um fotógrafo. Ela decidiu não interromper a gravidez, apesar de saber que as mães solteiras são consideradas párias sociais no Japão. "Estou escrevendo meu próximo livro sobre o que é ser uma mãe solteira", diz, enquanto voltamos para o metrô. "Não quero chocar. Apenas tenho uma mentalidade mais aberta do que a maioria dos japoneses, e essa é uma das poucas conseqüências positivas da minha formação na Yakuza." Ela espera que o livro mostre que as mães solteiras podem ser tão dedicadas a seus filhos quanto qualquer outra: "Ser mãe de Komachi é definitivamente a melhor coisa que já fiz".

Diante da bagagem, pergunto como pretende proteger a filha se a menina for provocada por causa de seu passado. "Se alguém for cruel com minha filha", ela adverte, com a ferocidade da Yakuza, "eu mato." Depois, baixa o tom e acrescenta que nunca se permitirá chegar a esse estágio. "Sempre estarei lá para ajudá-la. Ela não vai cometer meus erros."

Pérolas nos genitais
Os italianos têm a Máfia. Os americanos, a Cosa Nostra. Os japoneses têm a Yakuza. Essa organização, estima-se, fatura mais de 10 bilhões de dólares por ano. E é conhecida por características pitorescas: seus membros usam óculos escuros, ternos coloridos, pérolas nos órgãos genitais e, alguns, tatuam o corpo inteiro, dos pés ao pescoço, numa prova de resistência à dor. Essa tatuagem é conhecida como irezumi. O dinheiro da Yakuza vem do tráfico de drogas, da extorsão a grandes empresários e investidores, da prostituição e do contrabando no mercado pornográfico. Outra característica é o ritual de pedido de perdão por um erro: cortar um dos dedos da mão e oferecê-lo a seu chefe.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Fotos: Jeremy Sutton-Hibbert


Fonte: Globo.com

1 de nov. de 2008